Sábado, 7 de Março de 2009
Acho engraçado o modo lacónico em como foram anunciados os lucros da EDP. Aliás... Acho engraçada a eloquência nas palavras de António Mexia, cuja pessoa afirma que toda esta situação é muito "confortável", que vão conseguir criar mais 500 postos de trabalho, blá blá blá blá blá...
Passo a explicar:
Isto equivale a um aumento de 20 por cento face ao ano anterior. Agora eu pergunto: É normal? Com a crise generalizada, isto é normal? Talvez seja mesquinhice da minha parte, mas pareceu-me que isto veio a público de forma muito sucinta, assim como me pareceu que o anúncio de tais lucros foi elaborado com muita exornação, com muitas flores, chapeuzinhos e línguas de sogra de maneira a parecer tudo muito bom e benéfico. É provável que o seja. Afinal há que levantar a economia lusitana. Mas (e há sempre um "mas"), sua excelência, António Mexia, foi capaz de falar no quase monopólio praticado pela EDP? Foi capaz de falar nos preços exorbitantes praticados pela EDP? Não se incomode excelência... Se dissesse tudo, não teria nada para escrever aqui, não é?
A verdade é que não é preciso viajar muito para ver o quão roubados (é mesmo essa a expressão; roubados) somos. Diz o CM que a EDP ganha cerca de 3 milhões de euros por dia e que "[...]os preços da energia praticados em Portugal para os consumidores particulares são 25,4 por cento mais caros do que os praticados na vizinha Espanha". Por isso, como podem constatar, está tudo dentro dos parâmetros ditos normais! Infelizmente... nada a fazer! Comemos e calamos...
E a Galp? Ah pois... Não pode cair no esquecimento... Lucro de 14 por cento em 2008, o que equivale a 478 milhões de euros. Nesta aqui já nem pergunto se é normal. Lucros anuais das petrolíferas a descer é tão provável como ver militantes do PNR num concerto de Buraka Som Sistema.
Por fim, com 103 anos de permanência no mercado português, "a Siemens teve receitas de 515 milhões de euros" em 2008, não falando nos quase mil milhões de euros que as novas encomendas totalizam.
Lucros ascendentes e despedimentos q.b. na ordem do dia. É normal? Claro que é! É o Portugal da Europa, o Portugal da Península Ibérica, o retrato miserável deste país... Enfim! Cá nos aguentamos... Como sempre!
Não digo mais nada. Olé!
Hoje estou...: 
Revoltado!